No fim de 2021, a população mundial tomou um susto com o aparecimento de uma nova variante da COVID-19 chamada de Ômicron pelos especialistas. Com o tempo foi descoberto que, apesar de mais contagiosa, a cepa não traz os mesmo efeitos da variante Delta, o que não significa que não devemos nos preocupar com esta nova variante, especialmente os idosos com alguma condição de saúde.
Para elucidar sobre os efeitos da Ômicron em idosos, trazemos neste artigo os resultados de uma pesquisa realizada por cientistas do Estados Unidos sobre as infecções relacionadas à esta variante. O estudo a seguir, que foi disponibilizado no site Medrxiv, ainda não foi revisado por pares.
A pesquisa
O trabalho de pesquisa foi conduzido por cientistas dos Estados Unidos da América, que analisaram dados de pacientes internados nos serviços de saúde do país. Foram observados aspectos que podem sinalizar a gravidade do quadro, desde a procura por um serviço de emergência médica, à hospitalização e chegando na necessidade de internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com ventilação mecânica.
Os dados examinados eram referentes a períodos diferentes: de quando a variante Delta era a responsável pela maioria dos casos e, logo em seguida, de quando a Ômicron surgiu e passou a ser a variável predominante e mais contagiosa.
Foi percebido que estes casos registrados durante o período mais forte da Ômicron resultaram em casos menos graves em comparação com os que foram resultado da variante Delta. O índice de hospitalizações durante o período da Ômicron, por exemplo, correspondeu a menos da metade da porcentagem de internações durante o período da Delta.
A Ômicron em idosos
A pesquisa também se estendeu a casos com idosos, indicando que pessoas da terceira idade que foram infectadas pela variante Ômicron também podem desenvolver quadros menos graves da doença em comparação com infecções pela variante Delta. Porém, a pesquisa não esclarece se esse risco menor está relacionado às características da variante ou se está relacionado à vacinação.
Para chegar a essa informação, os pesquisadores analisaram um banco de dados de pacientes de serviços de saúde dos EUA com mais de 65 anos, concentrando o número de buscas por serviços de emergência médica e hospitalizações, já que os casos de internação em UTI e ventilação mecânica representavam um tamanho de amostra insuficiente para a pesquisa.
No fim, os pesquisadores descobriram que assim como nas demais faixas etárias, houve uma diminuição da busca por emergência e hospitalização de pessoas com mais de 65 anos no período de prevalência da Ômicron.
A conclusão até o momento
O estudo ainda propôs uma comparação entre dois períodos distintos quando o Delta predominava, e identificou que não houve diminuição de casos graves entre um e outro. A observação indica que a redução de casos graves de COVID-19 no período de prevalência da Ômicron pode estar, de fato, relacionada ao menor risco que a variante pode representar, inclusive para os idosos.
Apesar do menor risco, ainda é preciso seguir medidas protetivas para evitar a infecção e seguir com a vacinação em dia.